Boa Noite! 08/12/2016
Agora quase 19:00h em São Paulo e um calor que derrete meus
parcos neurônios!
Enfim aqui traço um acontecimento que mostra a intolerância
com o limite do outro! E no caso o intolerante foi eu! Vivendo e aprendendo.
O GALO
MORREU... 3 DIAS DE LUTO! Memórias Contadas...
Este fato
aconteceu quando eu tinha 20 anos e levei uma lição que repassei a vida toda
recontando para as pessoas, pois ela traz um entendedor do mundo do outro e
como são tolas a curta percepção que o nosso ponto de vista ou entendimento de
vida deva se aplicar a tudo e todos ao redor. Foi então que cedo percebi isto e
pode confiar me ajudou a ter uma melhor compreensão do indivíduo dentro da
sociedade e minha socialização.
Enfim vamos
lá! Sem delongas...
Na época eu
trabalhava em uma loja de calçados e digo até por um acaso se posso dizer!
Anteriormente trabalhava como bancário na função de caixa e apesar de bem jovem
tive a surpresa de ser indicado para ser o primeiro gerente de conta masculino
da corporação financeira, cargo que era reservado somente a mulheres na época.
O desenrolar
desse fato deixarei para outro momento, enfim a promoção não ocorreu e houve um
grande corte de funcionários da instituição financeira! Eu morava numa cidade
do Grande ABC e estava buscando agencias de trabalho, quando passei por uma
loja e algo me fez entrar. Então pedi pelo gerente e perguntei se havia
possibilidade de trabalhar ali. Ele achou estranho já que não havia placa de
admite-se e eu não conhecia ninguém dali. Mal conhecia o comercio da região,
pois passei minha vida toda trabalhando em São Paulo/Capital.
Enfim ele
gostou da postura que tive e pediu para aguardar enquanto ligava para o
escritório para falar com o proprietário. Assim fui admitido como vendedor.
Na mesma
avenida onde a loja funcionava havia outras 2 lojas do mesmo dono. Uma empresa
familiar porem, estruturada. E como sempre estávamos em contato as 3 lojas
conhecíamos a todos.
Na outra
loja trabalhava um garoto jovem e muito doce na forma de expressar e até mesmo
um pouco tímido. Vou chama-lo de Pedrinho e este era o apelido dele no
diminutivo, talvez por ser pequeno e doce.
Particularmente
gostava dele, pois entre conversas fiadas de um ou de outro ele ficava
tranquilo e sempre gentil. Não correspondia a provocações e brigas pelo
cliente, coisas assim.
Nesse tempo
não existia celular, internet e poucos possuíam telefone em casa e perder os
contatos era muito fácil. Coisas do século passado! Rsrss
Quando numa
quinta-feira o Pedrinho não foi trabalhar, igualmente na sexta e igualmente no
sábado... O que gerou um misto de preocupação de algo ter acontecido. Pouco
sabíamos da vida de Pedrinho, era bem reservado! E aquele burburinho de acho
isso ou acho aquilo. O gerente dele na outra loja era irmão do gerente da loja
em que eu trabalhava. E assim ficávamos sabendo do fluxo de uma para outra.
Foi quando o
gerente da loja que ele trabalhava o qual chamarei de Miguel, enviou um
telegrama preocupado com o garoto.
Miguel
estava de conversa na segunda na hora do almoço com seu irmão, meu gerente e o
assunto era com certeza Pedrinho. E estávamos todos ali falando do assunto pois
o telegrama foi entregue na segunda pela manhã. E não havia tido o retorno!
Mais tarde
por volta de umas 16:00h, Miguel ligou para meu gerente e só vi ele dar
gargalhadas. Eu que estava próximo fui chamado. Edson você não acredita o
Pedrinho apareceu e ele falou que faltou e ria sem parar...
Eu não
acredito o cara falta quase 4 dias e vem falar que é porque o galo dele morreu!
Já vi
matarem tio, avó, mãe e pai. Mas matar o galo é de lascar. Obvio aquilo tudo
virou piada! A gozação foi geral. Mas Miguel não o demitiu. Então passado uns 2
dias ele Pedrinho, foi até nossa loja para trocar um par tênis para um cliente
que passaria no final do expediente para efetuar a troca.
Quando ele
entrou meus 3 colegas apontaram olha ali o cara que matou o galo!
Enfim fomos
ter com ele. Ele estava visivelmente constrangido e mesmo percebendo isso... Me
envolvi pela “gozação” e disse:
Porra Pedrinho,
Luto de 3 dias por que seu galo morreu? Eu não acredito e ri...
Pedrinho era
um pouco ruivo e na hora ficou vermelho, seus olhos babaram e com muita raiva
que senti brotar da alma dele ele cuspiu as palavras que jamais esquecerei!
E espero que
vocês também não!
Olha Edson. Aquele “galo” cresceu
comigo, tem gente que tem gato, cachorro e eu tive um galo que minha avó me deu
antes de falecer. Certo!
E se você Edson morresse agora, nesse
momento, cara eu ia sentir como qualquer pessoa que morresse, mas você não tem
a menor importância na minha vida, na minha história. Enfim você não é nada!
Não significa nada em minha vida!
Amanhã ou depois a gente sai dessa porra de empresa e nunca nos veremos. Sabe
porque não temos amizade, respeito sim, e muito menos amor, então cala sua
boca!!!
Agora
imaginem a cara de idiota que fiquei, aquilo veio como uma bomba no meu
estomago. E então me redimi, percebi o sofrimento dele e inclusive de ter
falado comigo daquela forma. Não era da personalidade do Pedrinho. E ele soltou
em mim o que com certeza queria ter falado para todos.
Me senti
minúsculo e insensível! Claro pedi mil desculpas, reconheci minha idiotice!
E percebi
desde então que o ser, tem seu próprio mundo e devemos respeitar. Sem mimimi,
sem imposição! E cada um tem um limite. E isso tem de ser entendido! Na forma
mais absoluta. Reagimos de formas diferentes a uma mesma situação.
Então ao
Pedrinho agradeço, pois me destravou o ego, me fez ver a beleza e dor do mundo
do outro. E que somos diferentes e podemos mesmo assim sermos iguais.
Leitores é
isso... Uma grande lição não é? A crítica só pela crítica não constrói!
Gera dores
desnecessárias...
Agora
irei... espero ter contribuído com essa história de MEMÓRIAS CONTADAS para
algo. Grande abraço de maneiras de Edson Cerejeira
Essa história me faz lembrar o que esquecemos sempre;respeitar a dor do próximo.Colocamos tudo no automático e saímos por aí disparando sentenças para todos os lados nesses tempos de internet.Somarei as minhas memorias e levarei para a vida toda.Valeu amigo.
ResponderExcluirAbraços.
Valeu querido, para mim foi uma lição também. Abraços
ResponderExcluirValeu querido, para mim foi uma lição também. Abraços
ResponderExcluir